Segregação socioespacial, insegurança hídrica e saneamento: um olhar interseccional sobre a cidade de São Paulo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5016/geografia.v49i1.17975

Resumo

O artigo analisa a relação entre interseccionalidade de gênero, raça e classe e insegurança hídrica, evidenciando a segregação socioespacial e ambiental na cidade de São Paulo. A justificativa reside no fato de que as desigualdades socioespaciais, a atomização do cuidado e a privatização dos serviços públicos vêm tornando o acesso ao saneamento ambiental básico cada vez mais precário, e, portanto, um debate urgente. Foi utilizada uma metodologia quali-quantitativa que faz uso de métodos estatísticos e de geoprocessamento. Como as mulheres são responsabilizadas pelos trabalhos reprodutivo e de cuidados na rotina familiar, acabam sendo, também, responsáveis pela gestão hídrica doméstica, tendo em vista a necessidade de água para a realização dessas tarefas. Assim, a segregação socioespacial e a ausência de saneamento básico, marcadas pelos fatores étnico-raciais e de classe, afetam principalmente as mulheres, revelando o caráter racista e patriarcal das desigualdades socioambientais presentes no espaço urbano em São Paulo.

Biografia do Autor

Talita Gantus-Oliveira, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Engenheira Geóloga pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Mestra em Geologia Ambiental pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Doutora em Geociências pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), na linha de pesquisa Política e Gestão dos Recursos Naturais. Atualmente, está cursando Especialização em Jornalismo Científico no Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (LABJOR/UNICAMP). 

Jéssica de Souza Gabi Barcellos, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Graduada em Geologia (UFRuralRJ), mestranda em Geoquímica na Universidade Federal Fluminense (UFF). Sua pesquisa foca na caracterização de minerais secundários como ferramenta de geologia forense para solos na Baixada Fluminense. Colabora no projeto Gênero e Águas Subterrâneas ligado à Cátedra UNESCO (UFOP). 

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Publicado

2024-07-24

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Artigos