Quem controla o vento? Uma análise da territorialização das empresas de energia eólica no estado da Bahia, Brasil

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Resumo

A transição energética é a principal política na agenda governamental brasileira para alcançar as metas do Acordo de Paris (2015). Embora o incentivo a instalação de projetos de energia eólica no Brasil seja datado de 2001, esta ação de mitigação adquiriu projeção após 2009, em decorrência da necessidade de diversificação dos portfólios de investimento de empresas vinculadas ao capital estrangeiro. O objetivo proposto é realizar uma análise da territorialização de empresas de geração de energia eólica na Bahia, identificando as corporações que detém a geração de energia e as estratégias utilizadas  para controlar o território baiano. A partir da organização e da sistematização de dados disponibilizados no âmbito do Estado, foi possível concluir que as dinâmicas utilizadas pelas empresas evidenciam a busca pelo lucro, sendo as crises climática e ambiental apropriadas para legitimar a territorialização de projetos de energia eólica no Estado. Este processo tem reforçado as desigualdades históricas na distribuição de renda e terra, inserindo elementos importantes para o debate da questão agrária.

Biografia do Autor

Lorena Izá Pereira, Land Matrix - Ponto Focal América Latina e Caribe

Geógrafa e doutorada em Geografia pela Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Pós-doutora pelo Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (IPPRI) da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Presidenta da Diretoria Executiva Nacional da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) (2020-2022). Pesquisadora da Rede Brasileira de Pesquisa das Lutas por Espaços e Territórios (Rede DATALUTA). Pesquisadora na Iniciativa Land Matrix, ponto focal América Latina e Caribe.

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Publicado

2024-12-19

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Artigos