A POÉTICA n’AS CURVAS DO RIO: A IMAGINAÇÃO GEOGRÁFICA NO RIO CACHOEIRA

Resumo

O objetivo deste artigo é interpretar o espaço geográfico do rio Cachoeira no romance As Curvas do Rio, de José Cândido de Carvalho Filho, identificando-o como uma realidade geográfica concreta e também como uma paisagem imaginada e descrita pelo autor. O referido rio permeia como ator principal e também como cenário das paisagens vivenciadas nos diálogos que acontecem entre quatro amigos no alpendre da casa-sede de uma fazenda de cacau, no Sul do estado da Bahia. Através destes quatro personagens, o autor descortina “um mundo do cacau”, vívido, sentido, amado e imaginado, em que o importante rio Cachoeira torna-se povoado de desejo... devaneio... imaginação... e criatividade.... Ter imaginação significa ter liberdade de apreender o espaço, para pensar... para devanear... para escrever uma obra que leva o leitor à história e à memória da Região Cacaueira da Bahia. Os diálogos acontecem para que os personagens exponham seu entendimento pessoal sobre qualquer um dos temas debatidos, inclusive sobre a imaginária semelhança entre os rios e os homens. Não temos a intenção de substituir a análise científica pela criação literária, mas, apenas, retirar da literatura novos sentidos de interpretação, reconhecendo-a como uma via de enriquecimento do conhecimento do espaço geográfico do rio Cachoeira. Palavras-chave: Geografia. Literatura. Rio Cachoeira. Poética. Imaginação geográfica The poetry in “As Curvas do Rio”: the geographical imagination of cachoeira river The objective of this paper is to interpret the geographical space of Cachoeira River in the novel As Curvas do Rio by José Cândido de Carvalho Filho, identifying it as a concrete geographical reality and also as a landscape that was imagined and described by the author. The named river permeates as the main actor and also as a setting of the landscapes lived in the dialogues that take place among four friends in the porch of the main house of a cocoa farm in the South of Bahia State. Through these four characters the author uncurtains a vivid “cocoa world”, felt, loved and imagined, in which the important Cachoeira River is full of desire... reverie... imagination... and creativity... To have imagination is to have freedom to learn the space, to think... to wonder... to write a piece that takes the reader to the history and the memory of Bahia’s Cocoa Region. The dialogues take place to allow the characters to express their personal understanding about any of the debated topics, including the imaginary similarity between the rivers and the men. We do not have the intention to replace the scientific analysis by the literary creation, but only withdraw from the literature new senses of interpretation, recognizing it as a way to enrich the knowledge about the geographical space of Cachoeira River. Key words: Geography. Literature. Cachoeira River. Poetry. Geographical imagination.