POPULAÇÕES RURAIS E RISCOS SOCIOAMBIENTAIS: REFLEXÕES SOBRE OS IMPACTOS DA AGRICULTURA MODERNA EM COMUNIDADES CAMPONESAS E QUILOMBOLAS DO VALE DO JEQUITINHONHA/MG

Autores

  • Raphael Fernando DINIZ Instituto de Geociências da UFMG
  • Renata Aparecida de Souza SEIDL
  • Maria Aparecida dos Santos TUBALDINI

Resumo

O advento e a hegemonia da agricultura moderna têm implicado em distintos passivos socioambientais decorrentes do uso intensivo de insumos químicos e mecânicos propalados pelo .pacote tecnológico. da Revolução Verde do século XX e, mais recentemente, pela Revolução Duplamente Verde. Diante deste contexto, o presente estudo busca refletir sobre os impactos e riscos socioambientais advindos da introdução de monocultivos de eucalipto e café nas superfícies geomorfológicas das Chapadas do Vale do Jequitinhonha/MG, região de contraste entre a ocupação camponesa e o agronegócio moderno. Constatou-se nas comunidades pesquisadas que a substituição da vegetação nativa do Cerrado pelo monocultivo de eucalipto/café implicou não só na perda da biodiversidade local, utilizada secularmente pelas populações, mas também: ) na contaminação dos solos e dos recursos hídricos por resíduos de agrotóxicos e fertilizantes químicos; ii) no agravamento de processos erosivos e iii) no assoreamento de rios e córregos. Além da contaminação do meio físico, foram relatados inúmeros casos de extermínio da vida silvestre e, ainda mais grave, de intoxicação humana em decorrência do uso indiscriminado de agrotóxicos. Diante deste quadro, urge (re)pensarmos formas alternativas de desenvolvimento rural que possibilitem um maior envolvimento socioeconômico e ambiental dos sujeitos rurais e um mínimo de impacto aos ecossistemas

Biografia do Autor

Raphael Fernando DINIZ, Instituto de Geociências da UFMG

Bacharel em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2010). Atualmente, é aluno do Programa de Pós-graduação em Geografia da UFMG (Mestrado, Conceito CAPES 5), Área de Concentração Organização do Espaço, Linha de Pesquisa: Produção, Organização e Gestão do Espaço. Atua como pesquisador do Laboratório de Pesquisas TERRA & SOCIEDADE - Núcleo de estudos em Geografia Agrária, Agricultura Familiar e Cultura Camponesa do Instituo de Geociências - IGC - da UFMG. Desenvolve trabalhos acadêmicos com ênfase nas seguintes áreas: Geografia Agrária, Agricultura Familiar e Camponesa, Etnogeografia, Agroecologia, Agroecossistemas Sociobiodiversos, Cultura Camponesa, Desenvolvimento Rural Local Sustentável, Comunidades Remanescentes de Quilombos e Relações de Gênero na Agricultura Familiar. Ministra mini cursos sobre manejos agroecológicos para agricultores familiares e camponeses, destacando-se técnicas como consorciamentos, adubação verde, controle natural de pragas e doenças e formação de Sistemas Agroflorestais - SAFs.

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Publicado

2014-02-24

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