A experiência etnográfica: sobre habitar e ser habitado pelo mundo Apyãwa
Palavras-chave:
Etnomatemática, Visão de Mundo, Cultura Indígena, Ethos, Prática CulturalResumo
Este texto foi organizado com a função de discutir aspectos metodológicos da pesquisa que desenvolvi em torno do tema Marcadores de Tempos Indígenas, na perspectiva do Programa de Pesquisa Etnomatemática. Nele estão explícitas minhas percepções sobre a etnografia e o processo de construção do meu olhar para a sociedade Apyãwa (minhas escolhas, posicionamentos metodológicos e suas justificativas). Meus pressupostos baseiam-se no entendimento de cultura como uma teia simbólica, tecida na relação entre o ethos e a visão de mundo de um povo que, ao tecê-la, estabelece vínculos, a ela se prende. Produz, socializa e atualiza seus conhecimentos, cuja análise suscita a etnografia, enquanto um modo de descrever e interpretar o fluxo do discurso social dos seus praticantes. O texto etnográfico apresenta-se como um discurso produzido pelo etnógrafo na tarefa de tornar plausíveis realidades de culturas distintas. Praticar etnografia junto ao povo Apyãwa representou a possibilidade de perceber a teia cultural sendo tecida; de participar de um período histórico do conhecimento sendo produzido, atualizado e ensinado como parte intrínseca a sua prática cultural, e de ouvir narrativas que explicam e justificam essa prática. Enfim, foi a possibilidade de contemplar, em toda essa complexidade, as nuances da personalidade, do jeito de interagir com o outro e com o meio em que se vive, que constituem o povo Apyãwa e que o distingue enquanto grupo cultural. Palavras-chave: Etnomatemática. Cultura indígena. Visão de mundo. Ethos. Prática cultural.Downloads
Publicado
2015-12-14
Edição
Seção
ARTIGOS
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>>>>> BOLEMA: Mathematics Education Bulletin = BOLEMA: Boletim de Educação Matemática, Rio Claro, SP, Brasil - eISSN 1980-4415 - está licenciado sob Licença Creative Commons