Sobre andar a pé, conhecer e aprender: o sujeito caminhando e o processo educacional
DOI:
https://doi.org/10.18675/1981-8106.v31.n.64.s15100Palavras-chave:
Caminhada. Vivência. ConhecimentoResumo
Este artigo trata da relação entre caminhar e aprender, contrapondo processos educacionais que ocorrem predominantemente de modo espontâneo pela vivência corporal, com as formalidades dos métodos de ensino na educação escolar em que, impera o conhecimento conceitual em detrimento dos saberes adquiridos pelas experiências de vida. A prática da caminhada, inserida em um contexto educacional, expressa, pois, o sujeito caminhando, isto é, aquele que vivencia o mundo andando a pé e dele apreende o saber por meio das percepções da existência, tornando-se, então, o sujeito conhecendo o meio em que habita. O referencial teórico obtido pelo levantamento bibliográfico aponta que, pelo caminhar, alcança-se um tipo de saber que não se aparta da realidade, confere sentido à existência e significado ao mundo em que se vive, e dá sentido ao conhecimento para além do universo conceitual. Trata-se de um saber concreto, mediado pela experiência do existir, que se faz caminhando, em um mundo real, vivenciado. Cabe à educação escolar explorar os recursos didáticos e pedagógicos que a prática da caminhada oferece como instrumento eficaz para um processo de aprendizagem contínuo e vinculado com a existência.
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