O estranhamento do trabalho docente e a violência escolar: interfaces
DOI:
https://doi.org/10.18675/1981-8106.v34.n.67.s16889Palavras-chave:
Práxis Criadora. Violência Escolar. Identidade Docente. Trabalho Estranhado.Resumo
O objetivo deste artigo é discutir, a partir das contribuições trazidas por Karl Marx (1818-1883), o fenômeno social da violência escolar. De acordo com Marx, o trabalho alienado se refere à condição na qual os trabalhadores são desconectados do produto de seu próprio trabalho, tornando-se impedidos de realizar seu potencial humano pleno. Esses elementos possibilitam a análise da questão da violência escolar como um fenômeno social que possui dinâmicas particulares no espaço escolar e na sociedade, atuando, nas suas variadas dimensões, como um óbice à realização do trabalho docente. O ponto de partida será o discurso da professora Amanda Gurgel, em 2011, que se tornou popular pela força das redes sociais na época, e uma notícia de 2019 trazida pelo Observatório da Violência Escolar do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Uma característica das relações de trabalho estranhadas é que, ao não se ver como ser livre e consciente, o homem passa a enxergar o outro, o semelhante, na mesma medida. A mesma relação estranhada do produto do seu trabalho, da atividade do seu trabalho e consigo mesmo vale para a relação com o outro. Entendemos que a práxis criadora, a partir do conceito desenvolvido por Adolfo Sanchez Vásquez (1915-2011), pode representar a efetivação do trabalho como processo de humanização, sendo alternativa ao estranhamento do trabalho docente.
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