Desafios da avaliação da aprendizagem na EJA: reflexões a partir de um estudo de caso e da experiência docente
DOI:
https://doi.org/10.18675/1981-8106.v34.n.67.s17572Palavras-chave:
Avaliação da Aprendizagem. EJA. Experiência Docente. Fracasso Escolar.Resumo
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade voltada para um público que, muitas vezes, vivenciou a experiência de fracasso escolar decorrente, em parte, dos processos de avaliação. O objetivo deste trabalho é refletir sobre os desafios da avaliação na EJA a partir dos resultados obtidos em um estudo de caso e da sistematização de experiências enquanto docente em turmas de EJA no nível médio. A pesquisa documental apontou para o uso de avaliações equivalentes ao modelo regular de ensino, marcado pela transposição nota-conceito que parece refletir os baixos índices de aproveitamento verificados pela investigação empreendida. A sistematização, por sua vez, demonstrou as dificuldades de romper com uma lógica de avaliação mais voltada para a verificação e a atribuição de conceitos para aprovação e reprovação, ao passo que se observa a tentativa de superação dessa lógica. Os resultados indicam os desafios que a avaliação na EJA ainda apresenta no sentido de trabalhar em prol de reparar, e não de reproduzir, o fracasso escolar.
Referências
ANDRÉ, M. E. D. A. Estudo de caso: seu potencial na educação. Cadernos de Pesquisa, Rio de Janeiro, n. 49. p. 51-54, 1984.
ARROYO, M. Balanço da EJA: o que mudou nos modos de vida dos jovens-adultos populares. REVEJ@ - Revista de Educação de Jovens e Adultos, v. 1, n. 0, p. 1-108, 2007.
BAHIA. Secretaria da Educação. Organizador curricular da educação de jovens e adultos – OCEJA. Salvador, Ba, 2022. Disponível em: https://cursos.educacao.ba.gov.br/pluginfile.php/550481/mod_resource/content/1/Organizador%20Curricular%20EJA%202022.pdf. Acesso em: 25 mar. 2023.
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. Tradução: Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2016.
BARCELOS, V. Avaliação na educação de jovens e adultos: uma proposta solidária e cooperativa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidente da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 16 fev. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais da educação básica. Brasília, 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/expansao-da-rede-federal/323-secretarias-112877938/orgaos-vinculados-82187207/12992-diretrizes-para-a-educacao-basica. Acesso em: 25 fev. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação de jovens e adultos. Brasília, 2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/expansao-da-rede-federal/323-secretarias-112877938/orgaos-vinculados-82187207/12992-diretrizes-para-a-educacao-basica. Acesso em: 25 fev. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 16 fev. 2023.
FREIRE, P. Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 1983.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 2020.
GADOTTI, M. Educação de jovens e adultos: correntes e tendências. In: GADOTTI, M.; ROMÃO, J. E. (org.) Educação de jovens e adultos: teoria, prática e proposta. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
GAMBOA, S. A dialética na pesquisa em educação: elementos de contexto. In: FAZENDA, I. (org.). Metodologia da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 2000.
GÜNTHER, H. Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa. Revista Teoria e Pesquisa. Brasília, v. 22, n. 2, p. 201-210. 2006. Disponível em: www.scielo.br/pdf/ptp/v22n2/a10,v.22, n.2. Acesso em: 15 ago. 2015.
HOFFMANN, J. Avaliação: mito e desafios: uma perspectiva construtivista. 44. ed. Porto Alegre: Mediação, 2014.
HOLLIDAY, O. J. Sistematização de experiências: algumas apreciações. In: STRECK, D. R.; BRANDÃO, C. R. (org.). Pesquisa Participante: a partilha do saber. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2006.
LIMA, F. O.; SILVA, N. R. S. O perfil dos alunos da educação de jovens e adultos hoje: tempos de inclusão. Londrina: VIII Encontro da associação brasileira de pesquisadores em educação especial. 2013.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 18. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
MACEDO, R. S. Outras luzes: um rigor intercritico para uma Etnopesquisa política. In: MACEDO, R. S.; GALEFFI, D.; PIMENTEL, Á. Um rigor outro sobre a qualidade na pesquisa qualitativa: educação e ciências humanas. Salvador: EDUFBA, 2009.
MARQUES, V. M.; SATRIANO, C. R. Narrativa autobiográfica do próprio pesquisador como fonte e ferramenta de pesquisa. Linhas Críticas, Brasília, v. 23, n. 51, p. 369-386, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.26512/lc.v23i51.8231. Acesso em: 20 fev. 2022.
MÉSZÁROS, I. A educação para além do capital. Tradução: Isa Tavares. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2008.
MOURA, J. F.; NACARATO, A. M. A entrevista narrativa: dispositivo de produção e análise de dados sobre trajetórias de professores. Cad. Pes. São Luís, v. 24, n. 1, 2017.
NEVES, J. L. Pesquisa qualitativa – características, usos e possibilidades. Cadernos de pesquisas em administração. São Paulo, v. 1, n. 3, 2º sem., p. 1-5, 1996.
OLIVEIRA, D. A recente expansão da educação básica no Brasil e suas consequências para o Ensino Médio noturno. In: FRIGOTTO, G.; CIAVATA, M. Ensino Médio: ciências, cultura e trabalho. Brasília: MEC, SEMTEC, 2004.
PAULA, C. R.; OLIVEIRA, M. C. Educação de jovens e adultos: educação ao longo da vida. Curitiba: Ibpex, 2011.
ROMÃO, J. E. Compromissos do educador de jovens e adultos. In: GADOTTI, M.; ROMÃO, J. E. (org.). Educação de jovens e adultos: teoria, prática e proposta. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
SOARES, M. B. Avaliação educacional e clientela escolar. In: PATTO, M. H. S. (org.). Introdução à psicologia escolar. 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.
STECANELA, N.; LORENSATTI, E. J. C. A pesquisa em sala de aula como ferramenta pedagógica: uma metodologia para os novos cenários da EJA? In: STECANELA, N. (org.). Caderno de Eja. Caxias do Sul, RS: Educs, 2013.
VASCONCELOS, M. L. Educação básica: a formação do professor, relação professor-aluno, planejamento, mídia e educação. São Paulo: Contexto, 2012.
WEBER, M. A objetividade do conhecimento da Ciência Social e na Ciência Política. In: WEBER, M. Metodologia das Ciências Sociais. Tradução: Augustin Wernet. São Paulo: Cortez; Campinas: Editora da Unicamp, 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os Autores que publicam nessa revista concordam com os seguintes termos:
a) Os autores cedem os direitos autorais à revista, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação nesta revista.
b) A política adotada pela Comissão Editorial é a de ceder os direitos autorais somente após um período de 30 meses da data de publicação do artigo. Transcorrido esse tempo, os autores interessados em publicar o mesmo texto em outra obra devem encaminhar uma carta à Comissão Editorial solicitando a liberação de cessão dos direitos autorais e aguardar resposta.
c) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos artigos e resenhas publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o OJS assim como outros softwares de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins. This journal provides open any other party Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons