Representações sociais de mulheres universitárias jogadoras de GTA: gênero, violência e sexualidade
DOI:
https://doi.org/10.18675/1981-8106.v33.n.66.s17622Palavras-chave:
Gênero. Sexualidade. Violência. Jogos Eletrônicos. Representações Sociais.Resumo
Os jogos eletrônicos têm conquistado destaque mundial, ocupando espaço social crescente. Este estudo objetivou analisar as concepções de 10 jogadoras do Grand Theft Auto (GTA) entrevistadas sobre suas opiniões acerca do jogo. As informações foram submetidas à análise de conteúdo, pela qual se identificaram os núcleos temáticos gênero, violência e sexualidade. Para interpretação dos resultados usou-se a Teoria das Representações Sociais. Observou-se o predomínio da masculinidade como dominação ativa, em que a mulher espelha o feminino vitimado, degenerado e passivo. As concepções implicadas no jogo denotam que as relações podem ser perpetuadas, assimétricas e desiguais, ancoradas na noção de que, para haver o forte, deve existir o fraco e, para que uns dominem, outros devem ser dominados. Em conclusão, este estudo oferece elementos para que se reflita acerca dos impactos provocados pelo uso dos jogos de GTA, especificamente no que se refere aos retrocessos causados aos avanços obtidos pela sociedade por meio dos seus marcos civilizatórios, e exprime a maneira como a mulher é tratada socialmente, evidenciando o machismo estrutural. Esses jogos, portanto, funcionam como recorte social em que, de maneira contundente, constroem-se os papéis de gênero socialmente impostos.
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