CARACTERIZAÇÃO SEDIMENTOLÓGICA DOS CARBONATOS ALBIANOS DO RESERVATÓRIO QUISSAMÃ NA PORÇÃO MERIDIONAL DA BACIA DE CAMPOS
Autores
Julia FAVORETO
Rosemarie ROHN
Ricardo LYKAWKA
Juliana OKUBO
Resumo
Rochas carbonáticas albianas da Formação Quissamã do sul da Bacia de Campos (RJ) e a Formação Outeiro são descritas em detalhe, com ênfase à petrologia, petrografia, ciclicidade, paleoambientes e diagenênese. Foram reconhecidas seis litofácies na Formação Quissamã, principalmente grainstones e packstones (raros wackestones) com grãos carbonáticos compostos por ooides, oncoides, peloides e alguns bioclastos (moluscos, equinoides, microfósseis bentônicos). Sucessões de packstones peloidais/bioclásticos para grainstones representam típicos ciclos de alta frequência que representam a passagem de paleoambientes deposicionais relativamente profundos/calmos para rasos/com maior energia (“arrasamento ascendente”). O presente trabalho corrobora interpretações anteriores de que a Formação Quissamã foi originada numa rampa carbonática rasa, onde águas agitadas moldaram uma série de grandes bancos paralelos à costa constituídos por grãos carbonáticos. Desta forma, as outras fácies da formação (principalmente packstones) representam condições mais calmas nos flancos dos bancos e regiões de interbancos. Oncoides rudáceos formaram-se mais comumente na porção oeste do flanco, portanto em áreas mais protegidas, onde comunidades microbianas encontravam condições propícias para o seu desenvolvimento. Há evidências de retrabalhamentos por tempestades. A Formação Outeiro apresenta mudstones e wackestones, com microfósseis de organismos planctônicos marinhos distais gradualmente mais abundantes a partir da base, representando contexto transgressivo, em águas cada vez mais profundas. Há evidências de processos de micritização, compactação mecânica, dissolução, cimentação (franja, mosaico e sintaxial) atribuídos à eodiagênese, assim como compactação química e cimentação blocosa em fraturas, referentes à mesodiagênese.