SIGNIFICADO PALEOAMBIENTAL DE FITÓLITOS EM REGISTRO PEDOESTRATIGRÁFICO DE PALEOCABECEIRA DE DRENAGEM - SUPERFÍCIE DE PALMAS - ÁGUA DOCE (SUL DO BRASIL)
Autores
Sani Daniela Lopes PAISANI
Julio Cesar PAISANI
Margarita Luisa OSTERRIETH
Marga Eliz PONTELLI
Resumo
Este artigo traz resultados da aplicação da análise fitolítica em sequencia pedoestratigráfica para compreender o cenário paleoambiental de evolução de paleocabeceira de drenagem na superfície geomórfica de Palmas/Água Doce (Sul do Brasil). A sequência pedoestratigráfica é constituída por horizontes alóctones (horizontes C) e autóctones (horizontes A) estabelecidos entre o Último Interestadial e o Holoceno Superior. Os horizontes alóctones foram gerados por fluxos de lama discretos nas encostas que circundam a paleocabeceira de drenagem. A aplicação da análise fitolítica no registro pedoestratigráfico de paleocabeceira de drenagem revelou que: a) a formação vegetal de Campo ocupou as encostas da área compreendida pela paleocabeceira de drenagem pelo menos do Último Interestadial ao Holoceno Superior; b) nos níveis pedoestratigráficos constituídos de horizontes A predominam fitólitos gerados por vegetação que ocupou paleosuperfícies; c) nos níveis pedoestratigráficos coluviais, gerados por fluxos de lama discretos (horizontes C), há mistura de fitólitos gerados por vegetação que ocupou paleosuperfícies (autóctones) e fitólitos das encostas vizinhas que configuram como áreas fonte dos colúvios (alóctones); d) fitólitos alterados física e quimicamente predominam no registro pedoestratigráfico; e) fitólitos carbonizados indicam paleoincêndios tanto naturais quanto causados por paleoíndios; f) índices fitolíticos sugerem regime térmico contínuo frio desde o Último Interestadial, mais seco durante o Último Máximo Glacial e Holoceno Médio/Superior.