EXTREMOS NEGATIVOS DO NÍVEL DO MAR DURANTE O INVERNO E A INFLUÊNCIA NO MEXILHÃO Perna perna DO COSTÃO DO MARUJÁ – CANANÉIA/SP

Negative extreme of sea level during the winter and the influence on Perna perna mussel of Costão do Marujá - Cananéia/SP

Autores

  • Tatiany Marinho VASCONCELOS Instituto do Mar/Universidade Federal de São Paulo
  • Gyrlene Aparecida Mendes da SILVA Instituto do Mar/Universidade Federal de São Paulo
  • Amanda Alves GOMES Instituto Oceanográfico/Universidade de São Paulo
  • Jocemar Tomasino MENDONÇA Instituto de Pesca/Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5016/geociencias.v40i1.15183

Resumo

O estudo traz uma abordagem interdisciplinar através de associações da influência do ambiente físico sobre o biológico em que eventos extremos negativos do nível do mar (ou extremos de maré baixa), devido à forçante atmosférica de baixa frequência, explicam parte da variabilidade do mexilhão Perna perna coletado no litoral de Cananéia/SP-Brasil nos invernos de 2014 a 2016. A forçante atmosférica de baixa frequência atuou de maneira construtiva, amplificando as anomalias negativas do nível do mar e destrutiva, reduzindo a influência das forçantes astronômica e do barômetro invertido quando essas estavam favoráveis ao aumento da variável. A técnica de composição permitiu analisar o comportamento médio da atmosfera e oceano nas 96 e 48 horas que antecederam os eventos e durante as suas horas de ocorrência. Os eventos foram associados à passagem de um anticiclone transiente com ventos de nordeste paralelos à costa quando localizado próximo da região de estudo. Isso contribuiu com o resfriamento da temperatura da superfície do mar na região de estudo pelo deslocamento das águas costeiras para regiões mais afastadas. A correlação entre as séries temporais de anomalias do nível do mar e o índice de abundância relativa do mexilhão (o índice de Captura por Unidade de Esforço, CPUE), sem as respectivas tendências lineares, mostrou que existiu uma relação moderada, negativa e estatisticamente significante durante o período analisado. Dessa forma, sugere-se que a persistência de maré baixa propiciou um ambiente favorável a um menor esforço e tempo de coleta e, consequentemente, uma maior disponibilidade do mexilhão na região de estudo.

Biografia do Autor

Tatiany Marinho VASCONCELOS, Instituto do Mar/Universidade Federal de São Paulo

Graduanda do curso Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), campus Baixada Santista.

Gyrlene Aparecida Mendes da SILVA, Instituto do Mar/Universidade Federal de São Paulo

Técnica em Processamento de Dados pelo Instituto Federal de Alagoas (1997), Bacharel em Meteorologia pela Universidade Federal de Alagoas (2003), Mestre (2005) e Doutora (2009) em Ciências na área de concentração em Meteorologia pela Universidade de São Paulo (USP). Possui Pós-Doutorados em Ciências Atmosféricas (USP) e Ciências Climáticas (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). Atualmente é Professora Adjunta da Universidade Federal de São Paulo onde ministra aulas no Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar, Engenharia Ambiental e Engenharia do Petróleo e Recursos Renováveis; desenvolve pesquisas sobre: Detecção, atribuição e impacto do clima, variabilidade, mudança climática e extremos climáticos; Rede Neural Artificial aplicada a estudos de interação Oceano-Atmosfera; Paleoclimatologia; Monitoramento e modelagem de dispersão de poluentes atmosféricos. Coordena projeto de pesquisa, orienta alunos de IC e TCC, orientou alunos de monitoria, realiza extensão e gestão. É revisora de periódicos nacionais e internacionais, co-autora de livros e de capítulo de livro. É pesquisadora do INterdisciplinary CLimate INvEstigation Center (INCLINE) e colaboradora do Grupo de Estudos Climáticos (GrEC) da USP. Foi coordenadora e docente da disciplina de Meteorologia no primeiro oferecimento do curso de Licenciatura em Ciências Semipresencial da UNIVESP/USP. Ministrou aula na pós-graduação da USP; co-orientou alunos de graduação e mestrado da USP, de mestrado do Instituto de Pesca e da Universidade Federal do Paraná. Possui experiência nas áreas de Processamento de Dados, atuando com Suporte Técnico/Webmaster (Interno/Externo) e programação; e Meteorologia, com ênfase em monitoramento, previsão, modelagem numérica e estatística.

Amanda Alves GOMES, Instituto Oceanográfico/Universidade de São Paulo

Possui graduação em Ciências Biológicas (Licenciatura e Bacharel) pelo Centro Universitário Fundação Santo André (2008) e mestrado em Aquicultura e Pesca (Área de Concentração: Pesca) pelo Instituto de Pesca - SAA - SP (2015). Coordenadora do Grupo de Divulgação Científica CienciAção. Atualmente, é aluna de Doutorado no Programa de Pós-graduação em Oceanografia (Área de Concentração: Oceanografia Biológica) do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP). Tem experiência nas áreas de Ictiologia (com ênfase em Ecomorfologia de peixes de oceano profundo), Recursos Pesqueiros Marinhos, Etnoecologia e Divulgação Científica.

Jocemar Tomasino MENDONÇA, Instituto de Pesca/Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

Possui graduação em Oceanografia pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (1991), mestrado em Oceanografia (Oceanografia Biológica) pela Universidade de São Paulo (1998) e doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (2007). Atualmente é pesquisador científico do Instituto de Pesca. Tem experiência na área de Oceanografia, com ênfase em Pesca, atuando principalmente nos seguintes temas: pesca, ecologia e gestão de recursos naturais.

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Publicado

2021-03-24

Edição

Seção

Artigos