Os mármores não possuem uma composição que permita
se utilizar geotermômetros minerais comuns. Por outro lado, o fracionamento de isótopos de carbono no sistema carbonato-CO2-grafita- CH4 ocorre tanto em baixa quanto em alta temperatura. Dessa forma, o fracionamento dos isótopos 13C e 12C entre a calcita e a grafita tem se tornado um geotermômetro usual em amplo intervalo de temperaturas. Neste trabalho, os resultados do geotermômetro calcita-grafita
são apresentados e tiveram como objetivo a estimativa da temperatura do pico metamórfico da região de Itajubatiba (Província Borborema, nordeste do Brasil). Foram utilizadas curvas de calibração válidas para o intervalo de temperaturas (0-700 °C e 400-680 °C) que inclui aquelas consideradas para o pico do metamorfismo regional (572-627 oC; geotermometria mineral em mica xistos). As temperaturas obtidas (560-656 oC) são coerentes com as do metamorfismo regional. Esta coerência sugere que a calcita e a grafita estão em equilíbrio
isotópico, como atesta a íntima relação de contato observada entre estes dois minerais. As razões isotópicas 13C/12C da calcita e grafita revelam ser uma ferramenta apropriada para se estimar as temperaturas do pico metamórfico em mármores, e podem ser aplicadas como geotermômetro em outras áreas.
Palavras-chave: Razões isotópicas 13C e 12C, geotermômetro calcita-grafita, flogopita mármore, Região de Itajubatiba, Província Borborema.
Biografia do Autor
João Adauto SOUZA NETO, Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Geociências e Departamento de Geologia, Universida
João Adauto de Souza Neto, nascido em Natal (Rio Grande do Norte) em 21/10/1968, é atualmente Professor Adjunto IV atuando no Departamento de Geologia e no Programa de Pós-Graduação em Geociências da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife. Possui Curso-Técnico-Profissionalizante em Mineração pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte (CEFET-RN, 1987), Graduação em Geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN, 1993), Mestrado em Geologia Regional pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP, Campus de Rio Claro, SP, 1995), e obteve o grau de Doutor em Ciências Geológicas obtido na Université Catholique de Louvain (UCL, Bélgica, 2000). Tem experiência de pesquisa na área de Metalogênese, com ênfase na origem de Skarns Auríferos e Polimetálicos, e tendo como experiência laboratorial a Geoquímica Multi-elementar e Isotópica, e lnclusões Fluidas. Atua principalmente nos temas de Geoquímica Multi-elementar e Isotópica aplicada à Metalogênese de Skarns Polimetálicos, e Geoquímica Ambiental. Nos últimos 05 anos participa ativamente da elaboração e execução de Mega-Projetos Nacionais destinados à modernização e ampliação de laboratórios multi-usuários da UFPE, sendo o Laboratório de Microscopia Eletrônica de Varredura e Espectrometria de Comprimento de Onda Acoplado (MEV-WDS) e o Laboratório de Isótopos Estáveis (LABISE), que atualmente realizam microanálises químicas e isotópicas ultra-modernas.
Jean Michel LEGRAND, Departamento de Geologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Campus Universitário – Lagoa Nova.
Graduado em 1966 e Professor Doutor em 1976 pela Université Libre de Bruxelles na Bélgica, onde lecionou na área de Petrologia Metamórfica por 10 anos.
Durante 31 anos foi professor adjunto IV da Universidade Federal do Rio Grande onde desenvolveu pesquisas em várias áreas ligadas à geoquímica, atuando principalmente nos seguintes temas: metamorfismo, geologia regional, hidrotermalismo e mineralizações associadas, além de desenvolver metodologias de balanço de massa de processos de alteração hidrotermal e mobilidade química em ambientes superficiais.
Hoje é aposentado mas continua desenvolvendo pesquisas como professor voluntário desta instituição.
Durante a sua carreira foi ainda pesquisador bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e professor colaborador nas Universidades Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e Federal do Ceará (UFC), ministrando cursos e orientando alunos de doutorado nos respectivos Programas de Pós-Graduação em Geologia Regional.
Philippe SONNET, Département des Sciences du Milieu et de l’Aménagement du Territoire, Université Catholique de Louvain
Département des Sciences du Milieu et de l’Aménagement du Territoire, Université Catholique de Louvain –
2 Place Croix du Sud, Boîte 10, B-1348. Louvain-la-Neuve, Belgium. Endereço eletrônico: sonnet@sols.ucl.ac.be