INTERPRETAÇÃO PALEOAMBIENTAL DA FORMAÇÃO MARÍLIA NA PORÇÃO NOROESTE DA BACIA BAURU: RELAÇÕES ENTRE SEDIMENTAÇÃO E PALEOPEDOGÊNESE EM UM ANTIGO LENÇOL DE AREIA EÓLICA
Resumo
A Formação Marília (Maastrichtiano), que aflora na porção noroeste da Bacia Bauru (estados de Goiás e Mato Grosso do Sul), é interpretada como um antigo sistema de lençol de areia eólica. A sucessão vertical estudada representa 170 m de espessura da Formação Marília, e é caracterizada por alternâncias de perfis de paleossolos, arenitos muito finos a médios e raros corpos de arenitos conglomeráticos. Quatro ordens de paleossolos foram identificadas: Aridisols, Alfisols, Vertisols e Entisols, que representam 66% do total da espessura da formação. Os depósitos foram individualizados em três litofácies: Arenito com laminação plano-paralela, Arenitos conglomeráticos e Arenito com estratificação cruzada acanalada de base côncava. Arenito com laminação plano-paralela é a litofácies mais comum descrita na área de estudo; esta forma corpos com estratificação cavalgante transladante subcrítica e é atribuída à deposição de areias em marcas onduladas eólicas. Superfícies erodidas, atribuídas à deflação eólica, marcam o contato inferior desta litofácies com o topo de perfis de Aridisols e Alfisols, indicando importantes mudanças nas condições paleoambientais, que foram responsáveis por fases distintas de construção dos corpos geológicos. Períodos caracterizados por maior aridez paleoclimática foram determinantes à construção dos lençóis de areia, caracterizados por deposição eólica em amplas superfícies morfológicas instáveis e pouco vegetadas; enquanto que, períodos com maior disponibilidade hídrica assistiram à reativação de canais efêmeros com transporte e deposição fluvial e a expansão da cobertura vegetal que propiciava a estabilização da superfície morfológica e a consequente formação de solos sobre os depósitos eólicos. Palavras-chave: depósitos eólicos; paleossolos; lençóis de areia eólica; Formação Marília.Downloads
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