CARACTERIZAÇÃO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS DE BASE MINERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO: SUBSÍDIO À MINERAÇÃO PAULISTA
Authors
Marsis CABRAL JURNIOR
IPT
Saul Barisnik SUSLICK
Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP
Wilson SUZIGAN
Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP
Keywords:
arranjo produtivo local, mineração, recursos minerais, desenvolvimento, São Paulo
Abstract
Buscando efetuar o reconhecimento das principais aglomerações produtivas de base mineral no Estado de São Paulo, este
artigo aborda a estruturação da mineração paulista e sua tendência em se concentrar geograficamente. Os procedimentos adotados para
identificação estatística, mapeamento e caracterização tipológica dessas aglomerações incorporam conceitos e determinantes aplicados,
sobretudo, na Indústria de Transformação (quociente locacional - QL, participação relativa do emprego região/estado e número mínimo de
estabelecimentos), sendo ajustados e complementados por parametrização da especialização produtiva específica para a Indústria
Mineral. São reconhecidos 30 potenciais arranjos produtivos locais (APLs), com especialização em 10 substâncias minerais, sobressaindose
os de águas minerais, areia e brita para construção civil, argilas para fins cerâmicos, e rochas carbonáticas. É comum também o
encadeamento de indústrias de transformação, sendo mais proeminentes na mineração de agregados, onde se articulam concentrações de
empresas de artefatos de concreto, nos mínero-cerâmicos, nos quais a produção de argila abastece as expressivas aglomerações de cerâmica
vermelha e de revestimentos, além da indústria de águas minerais. O fato de vários APLs terem peso significativo em seus segmentos
econômicos e (ou) nas economias dos seus territórios atesta o papel de destaque que podem desempenhar na implementação de políticas
setoriais, bem como no desenvolvimento de suas localidades.
Palavras-chave: arranjo produtivo local, mineração, recursos minerais, desenvolvimento, São Paulo.
Author Biographies
Marsis CABRAL JURNIOR, IPT
Geólogo (UNESP/Rio Claro-SP, 1980), com Mestrado em Geociências (UNESP/Rio Claro-SP, 1991) e Doutorado no Instituto de Geociências da UNICAMP (2008). Pesquisador do IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo desde 1981, ocupando nesse período a chefia da seção de Matérias-Primas Minerais (1995-1996) e a chefia do Agrupamento de Geologia Aplicada a Recursos Minerais (1997-2004) da Divisão de Geologia. No IPT participou como executor ou coordenador em mais de 80 projetos em parcerias com o setor produtivo, agências de fomento (Finep, Fapesp e Fundos Setoriais) e dando suporte a políticas públicas, por meio do desenvolvimento de projetos de pesquisa e assessorando organismos de Estado e prefeituras municipais. Coordenador do Progex Mineral (2005 e 2006) - programa de apoio às MPME de base mineral para exportação de substâncias e produtos minerais (IPT/MCT/MDIC). Tem experiência nas áreas de Planejamento, Gestão e Economia Mineral; Apoio Tecnológico às Pequenas Empresas de Base Mineral (aprimoramento competitivo e exportação); Caracterização e Suporte Tecnológico a APLs de Base Mineral; Prospeção, Pesquisa Mineral e Tecnologia de Recursos Minerais, com maior especialização em Minerais Industriais (matérias-primas cerâmicas, agregados, cargas e agentes filtrantes, agrominerais e minerais de uso ambiental), envolvendo estudos de qualificação, mercado e aplicação industrial.
Saul Barisnik SUSLICK, Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP
Graduado em Geologia (USP, 1974). Fez o mestrado em Geologia Geral e de Aplicação pelo IG-USP (1978), DEA em Geoestatística (Ecole des Mines de Paris, 1981) e o doutorado (USP,1986). Professor Titular pelo IG/Unicamp (1998). Pós-doutorado na University of Arizona (1989/90). Visiting-scholar na Colorado School of Mines (Division of Economics and Business). É fundador e responsável pelo Laboratório de Análise Geoeconômica. Áreas de atuação: desenvolvimento e aplicação de metodologias de avaliação econômica de projetos de exploração e produção de petróleo e demais substâncias minerais; aplicação de ferramentas de análise de decisão para projetos de petróleo e demais substâncias minerais (opções reais, análise de risco, modelos de decisão, etc..); métodos quantitativos para aplicações na área mineral e de petróleo: avaliação de recursos, previsão mineral, estimativa dos impactos ambientais, etc.; estudos de Economia Mineral: exaustão, modelos de tributação para petróleo, análise de mercados, etc.
Wilson SUZIGAN, Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP
Graduação em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1965), mestrado em Economia pela Fundação Getúlio Vargas RJ (1968) e doutorado em Economia pela Universidade de Londres (1984). Professor Colaborador do Departamento de Política Científica e Tecnológica, Instituto de Geociências/UNICAMP desde 2004. Foi professor do Instituto de Economia/UNICAMP entre 1985 e 2004 e professor do Departamento de Economia da PUC-RJ de 1967 a 1980. Atuou como economista no Instituto Brasileiro de Economia/FGV-RJ (1967-1971) e técnico em planejamento e pesquisa no IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (1971-1984), onde exerceu cargos de coordenação de pesquisas e diretor-adjunto. É assessor ad hoc de instituições de fomento a pesquisa (FAPESP, CNPq, CAPES), editor da Revista Brasileira de Inovação, editor associado da Revista de Economia Política, e membro do conselho editorial de várias revistas especializadas da área de Economia. Suas publicações incluem dezenas de artigos, livros e capítulos de livros sobre história econômica do Brasil, desenvolvimento industrial, política industrial e tecnológica, sistemas locais de produção e inovação. Orientou 23 teses de doutorado, 13 dissertações de mestrado e dezenas de projetos de iniciação científica. Atualmente exerce, na FAPESP, a coordenação do projeto Indicadores de CT&I em São Paulo 2008, e coordena, na UNICAMP, dois projetos de pesquisa sobre Interação Universidade-Empresa, com apoio do CNPq (Auxílio Pesquisa) e da FAPESP (Projeto Temático), ambos vinculados ao projeto internacional Interactions between Universities and Firms: searching for paths to support the changing role of universities in the South, do IDRC International Development Research Centre - Canadá.