EFEITO DO USO DA TERRA NO AMORTECIMENTO DE CHEIAS EM RESERVATÓRIOS DE RETENÇÃO: ESTUDO DE CASO DO LAGO AZUL, CIDADE DE RIO CLARO (SP-BRASIL)
Resumen
Este artigo avaliou o efeito do uso da terra no comportamento do reservatório de retenção no que se refere ao seu papel de amortecimento de cheias em horizontes de tempo definido por cenários de ocupação urbana. Para tal, foi estudado o reservatório de retenção Lago Azul, situado na nascente do córrego da Servidão, área urbana de Rio Claro (SP-Brasil). A partir da classificação de fotos aéreas em Sistemas de Informação Geográfica - SIG, realizou-se mapeamento do uso da terra para os cenários de 1958, 1972 e 2006. As chuvas críticas foram determinadas a partir da equação que relaciona intensidade, duração e frequência de chuvas do município, utilizando tempos de retorno - TR de 5, 10, 20 e 50 anos e duração de 1 hora. O modelo do Soil Conservation Service – SCS (1986) foi utilizado para conversão chuva-vazão. Utilizou-se modelagem hidráulica e hidrológica para propagação dos hidrogramas visando avaliar os impactos da expansão urbana no comportamento hidrológico da área de drenagem do reservatório. Em 1972, ocorreram situações de inundação apenas para TR de 20 e 50 anos. Porém, no cenário de 2006, a capacidade de retenção do reservatório mostrou-se insuficiente, resultando em situações de inundação em todos os TR. Os hidrogramas resultantes demonstraram que o aumento de áreas impermeabilizadas provoca o incremento das vazões e antecipação dos picos de cheia, minimizando o impacto positivo do reservatório decorrente do amortecimento da onda de cheia. Os resultados apontam que a implantação de reservatórios para fins de amortecimento de cheia deve ser realizada como parte integrante de um conjunto de ações dentre as quais o planejamento do uso e ocupação da terra, dimensionamento e manutenção de estruturas de drenagem urbana, desobstrução de galerias pluviais e previsão e alerta de riscos.Descargas
Publicado
2016-05-09
Número
Sección
Artigos