Diálogos Insurgentes entre Educação Ambiental e Culturas no Encontro Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA)
DOI:
https://doi.org/10.18675/2177-580X.2020-15130Resumo
Este artigo tem por objetivo refletir sobre a temática Educação Ambiental e Culturas, com ênfase nos trabalhos apresentados desde o primeiro Encontro Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA), em 2001, até as reflexões ocorridas no Grupo de Discussão de Pesquisas (GDP) desse subcampo de pesquisa, durante o X EPEA, realizado em 2019. Para além de trazer um relato das discussões, o artigo se debruça sobre a evolução das temáticas dos trabalhos relacionados às culturas, apresentados nas quatro primeiras edições do EPEA (2001-2007), em um modesto estado da arte realizado por meio de termos de busca ligados à temática, presentes em seus resumos. Constatamos que, nesse período, as investigações estavam ligadas predominantemente às categorias cultura e saberes, que foram contempladas por trabalhos em todas as edições. Os temas dos Estudos Culturais, Inter/ multiculturalidade e Colonialidade não estiveram presentes nas investigações desse subcampo apresentadas no EPEA, no período, sendo necessário aprofundar a extensão desse fenômeno em revistas e bancos de dissertações e teses, bem como avaliar os desdobramentos epistemológicos e sociopolíticos da atenção que tem sido conferida pelo campo da pesquisa em Educação Ambiental às perspectivas que reconhecem e conferem a voz às diferentes culturas, visando superar os processos de silenciamento que impedem a participação plena nos processos decisórios e na vida social. Temáticas tais que aparecem recentemente no GDP EA e Culturas que valorizam a dialogicidade e a inter/multiculturalidade, com críticas à colonialidade e ampliando as possibilidades epistemológicas, político-metodológicas e ontológicas da Pesquisa em Educação Ambiental.