A orientação e oportunidade no contato com a natureza na infância e fase adulta
DOI:
https://doi.org/10.18675/2177-580X.2022-16488Resumo
O distanciamento do ser humano à natureza tem sido referido na literatura pelo termo Extinção de experiência natural, como empecilho à conservação da biodiversidade, diante da crise socioambiental intensificada no último século. A mitigação do distanciamento pode focar em estudos sobre a infância, fase em que o indivíduo desenvolve sensibilidade e relações com o meio, direcionando seu comportamento quando adulto. Dessa forma, este estudo busca analisar como as experiências na infância influenciam o contato direto com a natureza na fase adulta, como o ambiente de vivência afeta tal contato com a natureza e quais fatores se relacionam à sua aproximação e/ou distanciamento. Este estudo descritivo quanti-qualitativo foi realizado através de entrevistas online com 50 estudantes de graduação da Universidade Federal do Piauí. Os resultados mostram que urbanização intensifica a falta de oportunidade do contato direto com a natureza, além da falta de tempo (causada pelo modo de vida das sociedades ocidentais) e distância aos lugares (percepção da natureza isolada do cotidiano e diminuição de espaços na cidade). A pesquisa demonstrou que crianças incentivadas ao contato com a natureza na infância, que visitavam e realizavam atividades no campo, apresentaram maior proximidade à natureza quando adultas. É possível mitigar o distanciamento à natureza na fase adulta, considerando também que direcionar esforços à orientação é mais efetivo que à oportunidade. No entanto, é necessário que tanto se promova mais áreas de interação urbano-natural (oportunidade), quanto medidas de sensibilização através da educação formal e não formal, integradas à mídia, academia e educação ambiental (orientação).