Educação ambiental crítica e metodologias participativas na educação não formal: perspectivas da produção científica brasileira no período de 2010 a 2021
DOI:
https://doi.org/10.18675/2177-580X.2023-16904Resumo
O presente artigo se propõe a analisar a produção científica brasileira do período de 2011 a 2021 acerca da educação ambiental crítica e o desenvolvimento de metodologias participativas no âmbito da educação não formal, em contraste com as conjunturas socioeconômicas e políticas de diferentes governos. A análise das ações educativas considerou a educação não formal com base na educação popular, na educação ambiental crítica, transformadora e emancipatória. Foram mapeadas as teses de doutorado e dissertações de mestrado no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a partir do levantamento de trabalhos que continham palavras-chave combinadas: educação ambiental crítica, metodologias participativas, educação popular, transformação, licenciamento ambiental federal e projetos de educação ambiental. De 199 trabalhos de pesquisa mapeados, 32 foram selecionados por apresentarem o recorte inerente ao tema proposto, a fim de subsidiar as análises de conjuntura do período, o panorama das produções por região, gênero, instituição de ensino, programa de pós-graduação e orientadores. Além disso, foram levantados dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal (SIOP) para o financiamento de pesquisas, que indicam a redução de recursos de forma simultânea às mudanças e transformações preconizadas por governos que seguem a agenda do capitalismo neoliberal, o que leva à hipótese de relação com transformações no campo da educação ambiental em âmbito não formal, marcada pelo aumento de produção científica com metodologias críticas e participativas, com teor de resistência e de fortalecimento de comunidades locais e de grupos sociais fragilizados.
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