Diálogos Insurgentes: o debate decolonial e seus reflexos na pesquisa em Educação Ambiental

Résumé

Este estudo tem por objetivo analisar os artigos presentes nos anais do XI Encontro Pesquisa em Educação Ambiental, realizado em Salvador, Bahia, no ano de 2023, e as questões observadas durante as apresentações de trabalhos e das atividades no Grupo de Discussão de Pesquisa – Pesquisa em Educação Ambiental: Culturas, Interculturalidade e Decolonialidade. Optou-se por autores como Carlos Loureiro, Nego Bispo dos Santos e Ailton Krenak como referencial teórico. A metodologia é de cunho qualitativo e documental, a partir da análise de conteúdo de Laurence Bardin, e dos artigos disponíveis nos anais desse evento científico. Como resultado, identificaram-se duas categorias: Territoriania e Sujeitos eco-ontológicos. Outro aspecto a ser destacado foi a ampliação temática desse Grupo de Discussão de Pesquisas, que valorizou e atraiu pesquisas relacionadas a culturas, inter/multiculturalidade e colonialidade, reconhecendo os saberes e fazeres territoriais, suas territorialidades e a sua busca, não pelas migalhas da cidadania, mas, sim, pela autonomia e sua territoriania, ampliando, assim, a dialogicidade, as críticas à colonialidade e as possibilidades epistemológicas, político-metodológicas e ontológicas da Pesquisa em Educação Ambiental. Como foi possível refletir sobre essas duas categorias de dimensão eco-ontológica dos sujeitos e seus respectivos grupos sociais, pôde-se pensar que eles apresentam outras formas de sentipensar o mundo do povo da mercadoria. Logo, isso instiga a pensar em quais processos educativos, em especial qual educação ambiental, podem emergir dessas ecogeo-hidro-ontologias em diálogo com epistemologias de Abya Yala, ou como alguns autores chamam, educação ambiental de base comunitária no sul global.